De cara, cito
o post anterior, onde falávamos da imprensa, leviana em muitas ações, sabendo
de sua importância como formadora de opinião. Falava que a revista CartaCapital
tinha seus deméritos e que outras também os tinham. E quem não tem?
A título de
exemplos, vamos citar alguns casos da história recente do país. A revista veja,
em edição passada, na seção “carta ao leitor” ou “Panorama”, não me recordo,
mas pesquisarei, informou que na questão da Petrobrás, especificamente a
conturbada e hilariante estorinha da venda da refinaria de Passadena, a
presidente Dilma Roussef, apesar de constar como membro do conselho da estatal,
não teria condições técnicas de avaliar a questão de forma diferente. Seu voto
foi e deveria mesmo ser a favor da compra. O erro foi dos técnicos que não informaram
direito o caso. Ao mesmo tempo informam que um diretor do grupo Abril era
conselheiro na mesma época e votou a favor. E se o diretor não fizesse parte do
conselho? Estariam dando a notícia de forma diferente? Notícia parcial e pouco
informativa, com a clara intenção de colocar panos quentes. Num caso como este,
não é preciso CPI, aquele jogo de “aparece ou não” na televisão. O caso é para
o MP. É investigar e punir. Quando a Gafisa, em momento passado estava em
dificuldades financeiras, vimos o quanto os conselheiros têm responsabilidades
jurídicas e podem ser considerados culpados e punidos em várias esferas. Da
justiça ‘a CVM. No caso da Gafisa, todos procuraram blindagem através de
seguros, pagos pela empresa. Apesar do baque, depois da compra do engodo Tenda,
a Gafisa vem se recuperando exemplarmente. Mas esta é outra história.
Com tempo mais
passado, recordo da reportagem da revista IstoÉ, não seguida pelas outras,
sobre o envolvimento do empresário Cecílio do Rêgo Almeida, da construtora que
leva seu nome, uma das grandes do país, com a compra ilegal de vasto terreno
próximo ao Xingú. Conflitavam as escrituras do local em cartórios de diferentes
cidades e poderia haver terras do governo. Estamos falando de área do tamanho
de países.
Com muito
interesse, e provavelmente ‘a época sem o Google, esperei pelo número seguinte
da revista, mas nada mais foi informado. E nem nas edições seguintes. Fato é
que, Domingos Alzugaray adora alardear nas páginas do seu semanário, suas
conquistas pessoais e profissionais. Sempre tem um espaço reservado. Fui então
surpreendido com nada menos que Cecílio e Domingos em foto num caloroso aperto
de mãos, selando o contrato de construção das novas instalações do parque
gráfico da editora três. E ninguém mais falou do assunto. Morreu por aí.
Coincidência? Lembranças não faltam.
É claro que a
mídia não tem o dever de investigar a miúde, tem o dever de informar, mas não
pode cercear ou resumir informações, em detrimento do entendimento do leitor.
Ela deve dar-nos a capacidade de, através de informações fidedignas e factuais,
entender e tomar partido, formando assim opinião.
Opinião na
História!