domingo, 4 de maio de 2014

A Mídia

De cara, cito o post anterior, onde falávamos da imprensa, leviana em muitas ações, sabendo de sua importância como formadora de opinião. Falava que a revista CartaCapital tinha seus deméritos e que outras também os tinham. E quem não tem?
A título de exemplos, vamos citar alguns casos da história recente do país. A revista veja, em edição passada, na seção “carta ao leitor” ou “Panorama”, não me recordo, mas pesquisarei, informou que na questão da Petrobrás, especificamente a conturbada e hilariante estorinha da venda da refinaria de Passadena, a presidente Dilma Roussef, apesar de constar como membro do conselho da estatal, não teria condições técnicas de avaliar a questão de forma diferente. Seu voto foi e deveria mesmo ser a favor da compra. O erro foi dos técnicos que não informaram direito o caso. Ao mesmo tempo informam que um diretor do grupo Abril era conselheiro na mesma época e votou a favor. E se o diretor não fizesse parte do conselho? Estariam dando a notícia de forma diferente? Notícia parcial e pouco informativa, com a clara intenção de colocar panos quentes. Num caso como este, não é preciso CPI, aquele jogo de “aparece ou não” na televisão. O caso é para o MP. É investigar e punir. Quando a Gafisa, em momento passado estava em dificuldades financeiras, vimos o quanto os conselheiros têm responsabilidades jurídicas e podem ser considerados culpados e punidos em várias esferas. Da justiça ‘a CVM. No caso da Gafisa, todos procuraram blindagem através de seguros, pagos pela empresa. Apesar do baque, depois da compra do engodo Tenda, a Gafisa vem se recuperando exemplarmente. Mas esta é outra história.
Com tempo mais passado, recordo da reportagem da revista IstoÉ, não seguida pelas outras, sobre o envolvimento do empresário Cecílio do Rêgo Almeida, da construtora que leva seu nome, uma das grandes do país, com a compra ilegal de vasto terreno próximo ao Xingú. Conflitavam as escrituras do local em cartórios de diferentes cidades e poderia haver terras do governo. Estamos falando de área do tamanho de países.
Com muito interesse, e provavelmente ‘a época sem o Google, esperei pelo número seguinte da revista, mas nada mais foi informado. E nem nas edições seguintes. Fato é que, Domingos Alzugaray adora alardear nas páginas do seu semanário, suas conquistas pessoais e profissionais. Sempre tem um espaço reservado. Fui então surpreendido com nada menos que Cecílio e Domingos em foto num caloroso aperto de mãos, selando o contrato de construção das novas instalações do parque gráfico da editora três. E ninguém mais falou do assunto. Morreu por aí. Coincidência? Lembranças não faltam.
É claro que a mídia não tem o dever de investigar a miúde, tem o dever de informar, mas não pode cercear ou resumir informações, em detrimento do entendimento do leitor. Ela deve dar-nos a capacidade de, através de informações fidedignas e factuais, entender e tomar partido, formando assim opinião.

Opinião na História!

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