quarta-feira, 30 de abril de 2014

Tesouros em casa

Em processo de pesquisa para fomentar idéias , sempre baseadas na história, recorro muito à internet, principalmente textos e livros de domínio público. Outros livros pesquisados são os guardados em casa, da minha pequena Biblioteca Particular.
É com tristeza que exponho nestas breves linhas o que houve com minha estimada Biblioteca. Rato de sebos do Maleta e do centrão, além de frequentar livrarias como Status, Ouvidor e Leitura ( antes ) e hoje ( Café Book e Dom Quixote ), é certo que acumulei com esmero uma quantidade razoável de livros, guardando-os com o cuidado devido. Entretanto, numa situação adversa, dessas que não vale a pena contar, me deparei com uma mudança de casa e empresa ao mesmo tempo, não tendo espaço suficiente para colocar os livros em uma estante, local mais que merecido. Encaixotei, então, colocando-os empilhados no mesmo ambiente em que trabalhava. Só quando as coisas mudaram e tive novamente um local para colocá-los ( não todos, é claro. Alguns são inseparáveis ), abri as caixas. Surpresa maior não poderia haver. De pouco em pouco, alguns funcionários se apropriaram dos meus livros, vendendo-os por nada ou quase, para fazer a cachaça da sexta-feira. Outros, os do fundo das caixas, simplesmente estavam molhando e eu não havia reparado. Todos tomados por bolor, fungos e traças. Imprestáveis, enfim.
Alguns ainda salvei, mesmo me estado deplorável, como a coleção "Pensadores" ou "Os Economistas", todos em capa dura, do tempo de assinatura do Círculo do Livro. Outros se foram. Uma coleção dos livros de Malba Tahan, pseudônimo do escritor Júlio César de Melo Sousa, com diversos livros das " Mil e uma noites", inclusive o imperdível " O Homem que Calculava". Os hoje badalados livros de J.R.R Tolkien, inclusive Samarilion.
Outros livros da minha infância e juventude também já não estão mais comigo, como a coleção de João Carlos Marinho Silva, com " O gênio de crime", "Sangue Fresco" e "Caneco de Prata" e outros. Minha coleção do Júlio Verne também se foi.
Na era da literatura digital, que fui o último a defender, muitos livros não são mais comprados, são baixados da internet. Assim, quando meu filho mais velho precisou ler "A volta ao mundo em 80 dias", simplesmente baixamos. Se de tudo que é ruim, temos que extrair algo de bom, ainda há que se pensar na inclusão que o mundo digital tem o poder de fornecer. Resta saber se nossa juventude irá reconhecer e aproveitar.
Apesar da estante hoje vazia, já que perdi mais de 1000 livros e não há mais desejo e dinheiro para repô-los, me incluí nos leitores e escritores digitais.
Ao encontrar na minha Biblioteca Particular um exemplar do livro "Viagem pitoresca através do Brasil", de Johann Moritz Rugendas, de 1835, tive um momento de felicidade única, tanto com a sensação de achar um tesouro como com o conhecimento de época que me trouxe suas páginas. Suas ilustrações farão parte da ambientação do meu próximo romance, " Assassinato na Estrada Real ", ainda sem prazo para acabar. Enquanto isso, através das citações deste e de outro livro, tão bom ou melhor que o primeiro, pelo menos para o tema estudado, com o título "Boa Ventura", de Lucas Figueiredo, acessei as informações em Portugal da Torre do Tombo. Incrivelmente, há publicações de 1711, 1731 e outras. Isto só sobre o assunto pesquisado.
Foi bacana ver cartas de Vasco da Gama a  Pedro Álvares Cabral reproduzidas integralmente, além de vários outros documentos públicos, que têm ligação direta com os acontecimentos históricos do Brasil, desde seu "descobrimento", em 1500.
Além destes, já reli digitalmente " Os Irmãos Karamazóvsk ", de Fiódor Dostoiévsk e "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, só para citar alguns.
O meu livro " Ecos do Comunismo" está em processo de revisão, e fará parte dos livros vendidos pela internet, talvez sem edição física. Quem sabe?
Independente dos livros físicos, vamos continuar lendo!!

Opinião na História!!!



terça-feira, 29 de abril de 2014

O preço das coisas.

Não frequento supermercados. Apenas aos finais de semana, para meu prazer, caminho alguns metros, de boné, bermuda e chinelos para comprar uma carne boa, petiscos e cerveja. Se não for um churrasco para a família ou amigos, é para mim mesmo, o que por si já basta. Não sei então o preço dos ítens comuns de consumo, como arroz, feijão, carne moída, azinha de frango e materiais de limpeza.
Entretanto, já há algum tempo venho notando o aumento da conta do supermercado, que, com apetite voraz vem inclemente consumir nosso suado dinheirinho. Minha esposa vem reclamando e eu não ouvindo, sem nada fazer. Mas agora já passou do limite!
Primeiro trocamos as marcas dos produtos, de primeira para segunda linha, depois tentamos diminuir o consumo,e , mesmo tendo um sucesso grandioso e aferido por mim constantemente, nossa conta só faz subir.
Enquanto rebolamos para manter o orçamento doméstico sob controle, vemos o governo, na pessoa do ministro Guido Mantega, exaltando feitos de contenção da inflação e metas batidas. Bem, isto pareceu o caso de uma pequena revisão, para saber verdades, mentiras e que caminhos temos tomado.


A inflação para os itens de alimentação teve uma alta no ano de 2013, de 0,89%, ou seja, o aumento médio sobre os produtos apurados foi de 0,89%. A média é aritimética? Pega-se o quanto o arroz subiu, por exemplo 1%, soma-se ao feijão, 0,1%, soma-se e divide-se por dois, já que são dois produtos? Teríamos no caso 0,55%. Segundo a pesquisa, é sim aritimética. Temos diversos produtos acompanhados sistematicamente, em várias cidades país afora. Parece que o cálculo tem lógica, apesar de pouco ou nada qualificado para opinar.
No início da semana ouvi o Ministro tentando explicar porque técnicos do ministério estudavam a possibilidade de retirar do IPCA os alimentos. Será que estão puxando a inflação?
Com no passado, veremos metas batidas através de mágicas? Enquanto afunda a Petrobrás e construímos obras fora do Brasil com dinheiro do BNDES, ainda teremos que aguentar manipulações nos índices?
Afinal, queriam nos transformar em Cuba na década de 60 e agora querem nos transformar na Argentina?
Não dá pra ser outro país, não?
Que tal a Suiça?


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Hoje os assuntos são diferentes.

Normalmente escrevendo sobre indignações na área da política, tendendo a uma análise histórica de causa e efeito, ainda não havia postado outras indignações. Nem sequer havia pensado nelas. Ora, nossos governantes não nos dão trégua no rol de indignações já há bastante tempo.

Infelizmente, ainda há diversas outras indignações a pensar:

 A informática e o Caos do trânsito são a bola da vez.

Como se manter de bom humor, se os sites ficam mandando propagandas indesejadas, que abrem a cada segundo, tirando não a velocidade do computador, mas a facilidade de raciocínio? Como é possível se concentrar em algo, se páginas da Netshoes, Carrefur, Walmart e outros ficam abrindo em outras janelas? Isto sem falar de um tal de public8media, que coloca anúncios escondidos nas palavras dos sites, que marca de verde. Um incauto clica sobre a palavra e lá vem a propaganda. Quem disse que temos algo grátis na internet? Minha saúde é muito mais importante que alguns trocados. A Apple conseguiu sair na frente, dominando seus produtos e mercado aberto e dito grátis.
No tablet, não vejo propagandas, coisas sem sentido abrido e fechando telas sem meu consentimento. Não vejo os vírus que matam os arquivos importantes do computador, me obrigando a formatar o disco de quando em vez.
Certa vez, na casa da minha sogra, fui solícito em ajudar a instalar um programa qualquer, que não vem ao caso e que era gratuito. Umas quatro pessoas na sala, além de mim, e de repente, salta uma bunda dançando na tela, junto com um anúncio de aumento de pênis. Freud tem razão, tudo é sexo. Pelo amor de Deus, abram alguma loja e parem com essa palhaçada virtual. Quem quiser ver a bunduda ou aumentar o pênis com algum método obscuro, que vá a algum lugar privado.
Marco agora o record de utilização de anti-vírus, tendo instalado e desinstalado em uma semana de limpeza e atualizações do computador mais de dez. Tinha o AVAST, passei para o Baidu, fui ao AGV, instalei o Microsoft Securuty, tirei, instalei o SpyHunter, analisei a situação com o Hijackthis, participei de foruns na internet e ao final, vencido, resolvi pagar R$ 100,00 no Adwcleaner. Quem disse que era grátis? E o tempo gasto? Meu Deus, foi quase o dia inteiro.
O resto do dia ficou perdido numa ida ao médico. Como é possível não ficar irritado com quatro horas de trânsito em uma ida e volta ao oftalmologista, o que normalmente se faz em uma hora? Manifestantes fecharam a Avenida Afonso Penna, em um dia chuvoso, quando o trânsito por sí já é mais difícil. Quem deu a eles a permissão para. em causa própria se apoderar do meu tempo e da minha saúde? O stress mata. Isto, então, no final das contas é roubo.

"Roubo é o ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outro, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.", segundo pesquisa instantânea no Google.

Ora, roubaram meu tempo e minha saúde sem possibilidade de resistência.


Que venham os advogados!!!!!
Absuuuuuurdo!!!





quarta-feira, 9 de abril de 2014

Mais uma vez Mino

Mais uma vez Mino

Sistematicamente venho criticando a postura de certos jornalistas, reportagens e até do Editor da revista Carta Capital. Não é, então surpresa, saber que tantos outros o fazem, cada um a seu modo. Alguns ruidosos, outros silenciosos. Eu cansei do silêncio. Ele retumba na minha cabeça todas as vezes que leio – e leio sempre – críticas levianas e irresponsáveis. Não só na publicação CartaCapital, mas em todas as outras.
Desta vez, no Editorial, o jornalista toma para si o papel de mártir e de herói mau agradecido por patrões e colegas. Esquece das suas posições e dos desvios que elas cometem. Inúmeras vezes vi o Ministro Joaquim Barbosa ser retratado como ignorante, egocêntrico e tantas outras bravatas. Acho que não vão ao essencial e têm a intenção de “comer pelas beiradas”.
Os fatos são claros e não podem ser esquecidos. O Ministro não lesou,roubou ou fez mal. Somente foi incisivo dentro do direito que lhe cabia, como presidente da suprema corte. Não há indícios que tenha usado seu cargo em favor de interesses políticos. Como ele mesmo fez questão de enfatizar, em entrevista última ao D´ávila, não vai, apesar da sua pouca idade, almejar cargos públicos do poder legislativo, se concentrando no judiciário. Como chegou ao cargo máximo no país, é provável que vá cuidar do que é do seu gosto, sejam flores, livros ou viagens. Se não houve interesse, e se os notórios culpados estão presos, qual é então a grande raiva?
Pois é, agora com a comemoração dos 50 anos do golpe militar, vemos que a esquerda xiita não aprendeu nada. Mesmo com a máquina e o poder nas mãos, não sabe e não tem mesmo o que fazer. Ainda pede bênçãos a uma mini-potência que produz charutos de grande qualidade, médicos em quantidade e nada mais. As avaliações continuam tendenciosas. Se um inimigo rouba, deve ser preso, morto, esquartejado e pendurado em praça pública. Se um amigo faz a mesma coisa, teve um propósito distinto e deve ser carregado nos braços do povo, pois foi em seu interesse.
A imprensa vem de novo dar o exemplo de tudo isto. Mino Carta reclama em seu editorial “A tentativa de ser víbora”, sobre as pretensões de seus colegas de, por razões insondáveis, procurar deslizes morais em sua carreira, e diz “E nem falemos dos esforços despendidos para apontar em CartaCapital uma publicação que sobrevive por obra da publicidade governista”. Como sempre, numa mescla de revolta e vingança, tenta justificar o injustificável.
Diversas vezes colocamos comparações entre a quantidade de publicidade do governo e particulares que existem nas revistas de conteúdo semanal. Nem por isso sou contra as diferenças de opinião e a pluralidade de conteúdo. Procuro, inclusive, nesta guerra silenciosa, buscar o equilíbrio do antagônico. Fazer críticas de cunho factual e não político ou sentimental. Sempre defendendo o estado de direito, as instituições e o direito ‘a propriedade. Mas vamos aos números:
Veja
IstoÉ
CartaCapital

2366

2314

793

Total geral de páginas ( contando capa e contracapa )
148

118

94

Total geral de páginas de propaganda
39,33
26,57%
31
26,27%
13,5
14,36%
Total de propagandas do governo
6
15,26%
6
19,35%
7
51,85%
Total de propagandas que não são do governo
33,33
84,74%
25
80,65%
4,5
33,33%
 Total de propagandas da própria revista
0,5
1,27%

0,00%
2
14,81%
Descrição


CartaCapital

Descrição




794


Total geral de páginas ( contando capa e contracapa )




86


Total geral de páginas de propaganda




18,5
21,51%

Total de propagandas do governo




10
54,05%

Total de propagandas que não são do governo




8,5
45,95%

 Total de propagandas da própria revista




2
10,81%


Num outro momento, após coletar os dados das outras publicações vou postar. De qualquer forma, cada um que tire suas próprias conclusões. Os números estão aí e não mentem. Mas deve ser coincidência.

Opinião na História!!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O livro do Tuma Júnior

Indicado pelo mantenedor-mor de caixas de entrada cheias, meu amigo Máximo, terminei de ler o quase livro bomba e talvez melhor colocado como livro vingança ou livro de exaltação ao pai, ‘Assassinato de Reputações’ do Tuma Jr. O livro foi feito através de depoimento ( antigamente seria ghost writer ) ao jornalista Claudio Tognolli. Após ler, duvidei das intenções do autor e procurei nas diversas mídias as opiniões sobre o livro. Foi aí que tudo ficou muito interessante.  
Ví vídeos levianamente procurando denegrir a imagem e tentando até diminuir a capacidade intelectual do ex-secretário de Justiça. Até um Blog de um sindicato que falsamente aponta como mentira diversas alegações do livro, indicando que Tuma Jr.não teria idade para falar do “Barba” pois não estava lá. Conferi onde pude, e até onde sei a idade do Tuma Jr. foi acertadamente colocada no livro. Nada disso faz sentido.
Depois de assistir a um vídeo de um indignado editor Mino Carta, em seu escritório tomando vinho e falando ( muito bem, aliás ) do engodo a que foi submetido por mais de um ano pelo Sr. Tuma Jr., que foi recebido todas as semanas na revista CartaCapital para colocar no papel ( ou gravador ), as informações que virariam uma grande reportagem, tive que baixar a cabeça e rir. O Romeu Tuma Jr. passou a perna no governo e no Lula. Isto sim é maquiavelismo, elaboração, trama e por fim inteligência.
Ao mesmo tempo que Tuma Jr. contava toda semana a Mino Carta parte do que sabia e exatamente o que lhe convinha, fazia em outra parte os depoimentos completos ao Claudio Tognolli, editando e colocando tudo. Ora, quem não sabe que a CartaCapital é parcial em favor do governo Lula e de tabela Dilma, não vive neste país. O Tuma se manteve tranqüilo e até mesmo protegido jogando em dois lados. Tuma conta ao Mino que repassa ao Lula. Enganou todo mundo. Merece crédito.
Vale a pena ver a entrevista do Roda Viva com o Tuma Jr e a do Lobão com o Tuma Jr e o Claudio Tognolli. Vale também ver o depoimento do Mino Carta. Dele também o livro " O Brasil". Muito bom, boa leitura. Parcial e meio vingativo com quem o acolheu, mesmo que somente com emprego, mas boa leitura. Aliás, mais uma indicação: leitura da QI pág´s 66 a 68 da revista CartaCapital 786. Incrível como protegem os mensaleiros  defenestrando o mais alto escalão do judiciário. Enaltecem aquele que nada sabia e nem sabe, até hoje. Mas isso é pra outra Opinião. A história é escrita a cada dia.
Qual a sua opinião? Está virando história!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Bolsa Família

Falar no Bolsa-família deixa muita gente arrepiada. Só falar. Imagina tecer qualquer crítica. Não quero só criticar. Quero sobretudo entender. Procurei nos sites do governo, e encontrei um relatório importante e bem redigido, com informações sobre as famílias atendidas pelo programa e como ele foi estruturado. Abaixo estão os sites visitados. Algumas observações devem ser feitas, entretanto. Ao tentar utilizar o site da Caixa econômica Federal para consultar o nome das pessoas que recebem o benefício, como alardeado pelo site, o mesmo travou. Pediu informações extras, sendo que todos os campos ( dois ) haviam sido preenchidos

Baixei em PDF o relatório PRESTAÇÃO DE CONTAS ORDINÁRIAS ANUAL - RELATÓRIO DE GESTÃO – 2012, para que a leitura e interpretação fosse gradual e prazeirosa. De fato, muitas informações deixam um sentimento de puro orgulho, ao saber que valores significativos são repassados ‘as populações mais carentes do Brasil. Mais de 50% se encontrando no nordeste. Ainda são beneficiados os Índios, os Quilombolas, os moradores de rua, os recém assentados, ciganos e outros, cada um com suas necessidades especiais explicadas e quantificadas. . Algumas informações, como a o índice de 40% de redução da extrema pobreza, devem ser melhor explicados. A extrema pobreza diminuiu 40% somente para a faixa etária de 6 anos, onde se encontra um ‘vale’ no gráfico. O texto mais correto talvez fosse ‘ a pobreza extrema diminuiu ATÉ 40%, como mostra o gráfico ‘, e não ‘... seu impacto reduziu a extrema pobreza em 40%, conforme demonstra a figura abaixo’ Na verdade, aos 70 anos, a mudança foi zero.

              O relatório explica também a forma de distribuição para cada estado e as condicionantes para entrar no programa. Cada estado adequou programas próprios de inclusão social ao programa do governo Federal, completando os valores recebidos ou criando condicionantes especiais para o recebimento. De todos os estados, o único a não aderir ao programa até o final de 2012 era o Amapá, que teve dificuldades extras, já que considerava o seu programa específico tão bom ou melhor que o Federal. Todos os mais de 5000 municípios do Brasil, com toda a sua pluralidade, participam deste programa, que, salvo casos específicos – e existem vários – determina o pagamento de R$ 70,00/membro  da família, enquanto as condicionantes forem atendidas. Ainda há um dado curioso. Cerca de 21,9% dos cadastrados recebem via banco, diretamente em suas contas correntes.
              Das 21 milhões de famílias de baixa renda identificadas, 13,8 milhões são atendidas pelo programa, gerando um gasto anual de aproximadamente 3,86 bilhões de reais. O restante não atendeu ou até desatendeu as condicionantes do programa.
Quem, se considerando humano, e vendo e vivendo as desigualdades que o mundo pode gerar, teria o descalabro de ser contra? Somente incautos, desavisados ou ignorantes. O problema, entretanto, são os desdobramentos. Não o programa em si. Através do assistencialismo sem fim, vemos brotar diversos outros problemas. São notórios os casos de desvios, apesar da vontade de não deixá-los acontecer; Criamos pessoas, que não têm cultura para entender que o objetivo é a inclusão social, e não a esmola; E temos o mais grave de todos que é a formação de currais eleitorais.
              Se nosso voto fosse facultativo, talvez o problema não fosse tão grande. Se o dinheiro não fosse um fato tão importante também. Ma o Bolsa-família, cria uma espécie de muleta para os assistidos e tapete para os beneficiados ( políticos ). Todas as sujeiras são varridas para debaixo do tapete do bolsa-família.
As pressões ocorrem de todo lado e assim, vemos a real dimensão do problema criado. Até os terceirizados da caixa, os lotéricos, prometem greve para o período eleitoral, valendo-se da sua importância na distribuição dos benefícios. A oposição, apesar de ter conhecimento do problema, não pode atacá-lo, sem gerar um outro maior, o das pessoas com medo de o programa acabar. Um boato outro dia levou diversas pessoas ‘as agências, com o intuito de sacar a “última “ parcela.
Uma juíza, dia atrás, num momento de lucidez, deu entrevistas criticando o programa e incentivando, não o seu fim, mas o estabelecimento de regras para cercear o direito de votar daqueles que o recebem. Na verdade, não há estudos claros sobre a quantidade de pessoas em idade de votar que estão inscritos no programa, então vale fazer conjecturas.
Imaginemos que o programa, com cerca de 13,8 milhões de famílias atendidas em 2012, seja composto por uma média de 4 integrantes/família. Seriam no total 55,2 milhões de pessoas. O Brasil contava, no início de 2013 com uma população de 201.032.714, sendo 140.646.446 votantes, ou 69,97% do total. Aplicando-se este mesmo índice ao total de 55,2 milhões de integrantes do programa – por baixo – temos 38,72 milhões de votantes. Este número é simplesmente maior que a soma de toda a população de Minas Gerais – aproximadamente 20 milhões – e do Rio de Janeiro – cerca de 16 milhões. Também representa cerca de 27% de todo o eleitorado brasileiro, considerando aí, até 5% de margem de erro para cima ou para baixo, já que os dados não são de datas exatamente iguais, apesar de próximas.
Não há como admitir, então, que o programa é louvável e importante, mas não pode ser utilizado de forma eleitoreira. O próximo governante deve ser impelido, a despeito dos interesses políticos envolvidos a soltar as amarras. Primeiro criando as condições para as pessoas não apenas entrar, mas o mais importante, SAIR do programa, com dignidade e colocação, seja através de capacitação, reassentamento, deslocamento, reurbanização de favelas, retirada de moradores de rua, ou outros programas, que se não existem, devem ser criados. Devemos, como sociedade, bancar uma transição, não institucionalizar a esmola. Além disso, sou a favor destes incluídos não poder votar. Mas não por convicção, por falta de opção.
Opinião na História!!

Olha eles de volta aí, gente...

Mais uma vez nos deparamos com questões sérias, com desmembramentos possíveis e terríveis, tratadas sem a devida importância. Cuidado, pode ser o estopim do que vem por aí.
Quando pesquisei ontem a marcha da família, ocorrida em diversos locais entre março e junho de 1964, e sendo esta um expoente importante  da deposição de Jango, achei que precisava de maiores informações. Afinal, tentava-se formar mais uma.
Em primeiro lugar a causa: Revisitando livros lidos há algum tempo, como – Os Militares no Poder – Carlos Castello Branco; 1964 – Paulo Francis e; O soldado absoluto – Wagner Willian – fui a um tempo que não vivi verdadeiramente, mas que então, conhecia. Li e entrei no ‘clima’ da época, quando milhares de pessoas se acotovelavam a 13 de março de 1964 na Central do Brasil, onde de um palanque o presidente bradava sobre as mudanças que estavam em curso e quais ainda viriam.
              Depois de falar em congelamento de aluguéis, de desapropriação de terras ‘as margens das rodovias, ferrovias e barragens, ( 10Km para cada lado ), ainda colocou que ‘reforma não se faz com romaria e terço’. Expropriou cinco refinarias que operavam então no Brasil e prometeu ainda reformas de base. Conseguiu desagradar quase  todas as classes realmente organizadas. Estava a descoberto o maior direito dos cidadãos. Àquilo que compraram com seu dinheiro, sejam bens móveis ou imóveis. Ladeado por Brizola, insuflaram os ânimos de uma platéia inculta  e cheia de necessidades prementes e desejos.
              Com a criação de um imposto sobre grandes fortunas, o que hoje é muito comum ao redor de todo o mundo, desagradou ao ricos; Com a desapropriação de terras, desagradou à classe média, latifundiários e até sitiantes; Conclamando sempre os oficiais subalternos, desagradou ao exército e ‘as polícias; Ao congelar os aluguéis, desagradou aos idosos e à igreja, além de falar em romarias; Ao expropriar as refinarias, desagradou os estrangeiros, seus donos e preocupou tantos outros, com fortunas investidas aqui.
E então a conseqüência : A s reformas propostas, durante a guerra fria, com a polarização do ideário, soaram comunistas.  Se juntaram então os insatisfeitos com as reformas, sob a bandeira da Marcha da Família com Deus pela Liberdade ,colocando em cheque o regime democrático. Sem base legal que pudesse sustentar uma tomada de poder, os militares foram impelidos,  em parte por grandes empresários, em parte por políticos de peso, a ocupar as ruas, conter rebeliões e instaurar uma forma de governo que devolvesse a estabilidade ao país. Lott fora vencido na eleição anterior e não estava mais na ativa. Tinha sido contra a promoção de Castelo Branco a general.
E o resultado: 21 anos de ditadura.
Uma marcha de mesmo nome, mas mirrada, saiu às ruas. As insatisfações também são latentes. Temos casos de compra do congresso, o mensalão, de obras financiadas em outros países sem a anuência do povo, de compra de refinarias a custo de prejuízos bilionários, roudo da propriedade intelectual da nossa medicina, a custo de trabalhadores em regime similar à escravidão, e muito mais.
Os tempos entretanto são outros, com uma sociedade de inclusão, onde mais têm hoje a perder; Uma igreja católica diminuída politicamente, políticos de oposição sem a grande expressão dos políticos do passado, comunicação instantânea, e-mail e redes sociais. Um exército enfraquecido sucateado e ultrapassado.
Resta saber o monstro que nasce desta nova barafúrdia, desta nova ordem social. Saber se é do bem ou do mal.