domingo, 13 de julho de 2014

Conflitos – Parte 1


Desde que me entendo por gente, ou melhor, desde que aprendi a mudar o canal da TV, vejo o conflito entre Palestinos e Israelenses. Cresci vendo e lendo sobre os eternos estados de conflito, Sharon e Yasser se encontravam, a paz era iminente, mas na hora H tudo sempre dava errado e o conflito persistia. Diretamente no meu convívio social não tive a oportunidade de conhecer muitos judeus e nenhum palestino ou muçulmano, ficando um pouco alheio ao real entendimento de causas e conseqüências.Mas não refletir sobre o assunto ficou muito difícil, pois é recorrente na mídia.

Somente pouco tempo atrás, viajando com a família e ótimos amigos, pude ver um outro lado do conflito. Se lá se odeiam, no Brasil, plural em suas religiões e cores, aceitando e dando convivência a quase tudo, se não se amam, se toleram. 

Um amigo encontrado em nosso destino, há bastante tempo não visto e judeu por família mas nem tanto por religião, havia montado, numa rua movimentada da praia um comércio da área de alimentos. Ao lado da sua loja havia outra do mesmo ramo, mas especializada na comida libanesa. Comentei em tom de brincadeira que era bom o pessoal do lado ser Cristão, ou entre as mesas de plástico, diferenciadas apenas pela cor deveríamos ter que colocar uma faixa de gaza. Qual foi a surpresa quando ele, rindo disse que o pessoal era muçulmano e gente boníssima. Principalmente a filha, com corpo esguio, pele morena e olhos penetrantes, que servia as mesas da outra cor, e que era sua namorada. 

 - O quê? Safado!!! Sem problemas? 

-  Nenhum. 

O problema então, está nas pessoas ou nos lugares? Defendem solo sagrado como no passado tivemos as cruzadas? O problema está no povo ou nos governantes ? É dinheiro? O que será que vale aquela terra? Tem solução? Sendo um ateu mais por falta de opção que por definição, estudo constantemente as diversas religiões, mas não encontrei respostas ali. São três as grandes religiões monoteístas e para todas o Deus único é o mesmo, já que são continuidades, braços diferentes do mesmo lugar.

Porque brigar tanto então? Não seria possível os grandes líderes religiosos se encontrarem em congresso, talvez numa Suiça da religião, se existir, e chegarem a um acordo sobre a divisão de Deus em partes iguais? Todo mundo sai ganhando. Jesus já é só dos Cristãos e Maomé já é só dos Muçulmanos. Os judeus não os querem mesmo.

Uma verdade absoluta, abraçada pelas três religiões é constantemente deixado de lado. A grande verdade é que o Deus é único. Se falamos do mesmo, porque se valem tanto dos messias? Concentrem-se em Deus. Professar a fé pode estar em cada um, e não no seu conjunto. De qualquer forma, temos que abrir a cabeça em torno de um tema só. O Deus que se quer é o Deus do amor ou o Deus da guerra? É aquele que em toda a sua sabedoria perdoa e instrui ou é aquele que ignora e pune?

Dividindo Deus e criando novos dogmas mais condizentes com o mundo atual, direcionando-os a cada cultura separadamente, mas com fundamentos únicos. Aqueles que são a base de todas as religiões ( respeito mútuo, fraternidade, caridade..) . Utopia. Os radicais não deixariam. Bombas explodiriam. O caos seria instalado. O jeito é continuar ouvindo e vendo as atrocidades diárias. Está sem notícias para ocupar uma parte do jornal? É só entrar no algumacoisapress e verificar onde aconteceu desta vez, quantos mortos e quantos feridos. A mídia "sem assunto" de plantão, agradece.

Qual a sua opinião? Está virando história!


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