segunda-feira, 31 de março de 2014

Uma nova frente de luta.

                            Hoje, como já publicado aqui, venho tentando entender a simbiose entre o poder e a mídia. Pelo menos a escrita, a que tenho acesso, como qualquer outro cidadão com alguns trocados no bolso e disposição para perder alguns minutos de seu precioso tempo.
Mais uma vez conto as propagandas da revista Carta Capital, do Editor Mino Carta, com quem no passado já alinhei minhas idéias, enquanto foi editor de Veja e Istoé. Ainda aprecio seus editoriais e sua inteligência. Infelizmente sou contra a venda do ideário.
A Carta Capital  de número 793, trouxe suas propagandas, que devem sustentar a revista, além das assinaturas e venda nas bancas, distribuídas da seguinte forma, em comparação de outras revistas da mesma semana:

Os números impressionam. Uma revista que tem um total de 14,36% de suas páginas preenchidas com propaganda, sendo 51,85% do governo. Como não dizer que está sendo beneficiada, ou por outro ponto de vista, que as outras não estão sendo preteridas? Não é análise política, é fato.
Qual o objetivo disto? Em primeira análise, incomodam os constantes ataques ao Ministro Joaquim Barbosa ,freqüentes e claramente com o intuito de atacar o Supremo Tribunal Federal e diminuir os efeitos de suas decisões. As instituições, em qualquer sociedade de direito devem ser ferrenhamente preservadas, sob o risco de minar a Democracia. Continuando, vejo que os ataques vêm da mídia favorável ao governo. Isto tudo não sendo favorável ao pavão que o ministro se tornou, impedindo outros magistrados de falar e até rasgando a constituição. Na verdade, por este ato, deveria claramente ser preso. É um desrespeito ao Brasil. Nem todos têm o direito de perder a cabeça. Um ministro não é um destes.
              Nada disto afasta minha indignação com a forma como os Ministros são indicados e a falta de parâmetros sólidos e pertinentes ‘a importância do cargo para designar seus ocupantes.Indicação do governo?  A indignação da sociedade deve se voltar para a mudança de tais parâmetros, que podem atrapalhar ou beneficiar governos. O governo petista, teve seus indicados, como os outros. Inova, entretanto, ao colocar pessoas de idade inferior a seus pares, talvez com o intuito de perpetuar decisões favoráveis. Se não, porque, então? Queremos juízes de carreira, altamente tarimbados, com uma idade mínima avançada e preparados para o cargo.          
Sabemos que sabedoria é a soma de inteligência, conhecimento e experiência. Saem ministros se aposentando com 60 ou 65 anos, na compulsória e entram novos ministros com até menos de 50 anos. Com qual sabedoria? O que têm a ensinar? Não queremos somente juízes, queremos de volta aquele velho mestre, que proferia sentenças com elegância e sabedoria inquestionáveis. Tivemos vários no passado.
              Mais uma vez o Brasil vê arroubos. De um lado um tribunal que passa por cima das leis para julgar em instância não indicada os casos do mensalão. Os indignados de plantão fazem então valer-se das leis para demonstrar que os mensaleiros foram injustiçados. Há um claro contraponto a ser observado. Seriam julgados e condenados os mensaleiros se assim não fosse? Mas está certo?
              Não, a resposta é simplesmente não. Como nos diziam nossos pais, pelo menos os meus, um erro não justifica o outro. Pensando sobriamente, o STF errou. E errou feio.
              Os erros começam com o julgamento em si, que reuniu tantos casos diferentes em uma só ciranda. Continuou com a determinação equivocada da instância e terminou com o julgamento dos embargos infringentes. Tudo errado. De um lado e de outro.
              A única coisa que conforma é saber que os mensaleiros foram presos. Mas é só. A forma e o julgamento não convencem. O judiciário deve ser tão somente espelho da justiça, o que não significa que deve ter justiçamento ou justiceiros para fazê-la cumprir.
              Temos então, que nos voltar para nosso próprio umbigo e verificar para que lado estamos indo. Se do certo ou do errado. Do bem ou do mal. Se as leis são feitas por representantes da sociedade e para eles, como conviver com leis que não querem fazer o certo?
              E o Governo? Que governo é este onde o certo e o errado se escondem atrás da política, dos conchavos, da compra de votos. O mensalão foi o maior roubo que já existiu. Roubaram toda uma população, privando-a de contar com votos de interesse dos representantes que ela escolheu.
              Por outro lado, quem é este “povo”, que mesmo com os mando e desmandos deseja um continuísmo que claramente atrasa o país? Não sou a favor de Maquiavel, nem ao menos dos militares. Mas às vezes, pensando em como proceder para tudo mudar, vejo que o caminho mais fácil no início já rendeu arguras suficientes no passado, penso bobagens e volto ‘a razão. Não há caminho melhor que a democracia e as leis para continuar andando,  mesmo que tortuoso e acidentado.
 “Entre o o governo que faz o mal e o povo que o consente, há uma cumplicidade vergonhosa” Victor Hugo.
Opinião na História!!

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